São quatro na lista. Joey, Alen e Toshio. Estes foram os rapazes que chegaram ao posto de envolvimento maior com ela. O quarto é Eru, o único que ainda ocupa boa parte de seus pensamentos.
Os outros ela conheceu por um acaso, e também por um acaso se desencantou. O primeiro era da mesma faculdade, tinha olhos negros como a noite, e o rosto pálido como a lua. Seus cabelos longos, e as roupas pretas mostravam o bom metaleiro que era. Junto à isso, era culto, fino, e elegante. Agia com muita seriedade na maior parte do tempo, mas se derretia em risos ao vê-la dançar seus rocks como uma criança pulando ao som da Xuxa.
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Passaram pouco mais de seis meses juntos, na dúvida de não saber o que queriam, embora compartilhassem a certeza de amar o vinho. Foram infelizes em algumas colocações - faziam planos de ir embora, um para cada canto do mundo - e foram se distanciando aos poucos, embora tivessem quase tudo para dar certo, mesmo que ele fosse um pouco mais baixo, um ano mais novo e sério demais para andar com os amigos dela.
O segundo, fisicamente era sete anos mais velho que Llethiel, mentalmente era sete anos mais novo. Adorava sair com os amigos, pular no meio da rua, às 2hs da madrugada, cantando "It's Oh so Quiet" de Björk, enquanto ela ria. Sem contar que implorava até conseguir fazê-la ir com ele na montanha russa por mais de duas vezes, no Parque ao lado do Shopping. Insistente demais, mas era um bom rapaz.
Passaram dois meses saindo e se divertindo. Não falavam coisas muito sérias, nem muito bobas, mas mesclavam tudo a maior parte do tempo, embora não tocassem no assunto "relacionamento mais firme" - e ela adorava isso.
O último é quase um fetiche. Um mocinho que um dia ela viu passar, achou um charme, e ficou a observar. Ele, muito recatado, talvez nem tenha percebido a intenção dela em aproximar-se dele quando estavam entre amigos e ela disparou um - "oi, tudo bem?" - já estendendo a mão para cumprimentá-lo. Conversaram durante horas, e se encontravam casualmente em festinhas e outras folias. Os dois pareciam se dar muito bem, embora fossem apenas conhecidos.
Toshio e Tarallethiel se aproximaram mais ainda em uma destas festinhas. Ele a agarrou pela cintura enquanto ela dançava, deixou os olhos dela bem alinhados aos seus e fitou-lhe até a canção terminar. Os dois dançaram colados o resto da noite. Mas não trocaram carícias, exceto aquelas que a criatividade no olhar permitia.
Ela gostou.
Voltou para casa pensando no quanto seria interessante se os dois um dia estivessem juntos. Mesmo que só por um dia. Aqueles olhos puxados fitando-a por longo tempo sem dúvida deixou uma coisa interessante: o desejo. E o beijo que não foi dado o alimentou.
Numa noite qualquer, já passava das onze, quando o celular tocou, e ela viu o nome Toshio na bina. O mundo todo parou enquanto ela se movia entre os lençóis para atender:
- Oi
- Oi Llê. Como vai?
- Bem... a maior parte do tempo. E você?
- intrigado comigo mesmo...
- ué...porquê?
- hummm...você está muito ocupada?
- não.
- Posso entrar?
- ...
O telefone ficou mudo por alguns segundos. E ela correu para abrir a porta. Toshio, ainda com o celular na orelha, virou-se devagar a esperar por ela, que encostada no vão da porta, o cumprimentou com o sorriso mais doce.
Ele desligou o celular, chegou perto dela e deu-lhe um beijo de novela. Devagar e compassado, tocando seus cabelos de leve e abraçando seu corpo enquanto mentalmente ela dizia "vá...me leve". E foi assim que começou o que hoje terminou com uma ligação.
Mas ela está bem.
Muito bem. Obrigada!
Muito bem. Obrigada!
Essas desilusões causaram tanta dor na primeira vez que agora já nem espanta tanto.
Não... ela não é uma menina de ferro, muito menos a senhora de toda a experiência. Mas Llethiel sabe separar bem as coisas, e convive bem com isso. Eles é que não.
"All these accidents that happen...follow the dot
Coincidence makes sense, only with you
You don't have to speak - i feel."
Coincidence makes sense, only with you
You don't have to speak - i feel."
[Jóga - Björk]
Derrepente um barulho infernal de carro freando estraga a linda voz de Björk, e ouve-se uma voz conhecida - _Taaaaaara! - era Joey, o metaleiro que gostava de vê-la dançar.
_Joey? Você por aqui?
_Ah! eu que o diga! Estais perdida minha dama? - ele diz, curvando-se e beijando a mão dela.
_Hahaha! - ela solta uma gargalhada - Era divertido para ela vê-lo agir como aqueles moços de filmes bem antigos.
_Nada...estou só passeando. Para não perder o costume - quando namoraram, os dois costumavam caminhar pela cidade sem rumo certo, isto fazia bem aos dois.
_Vamos passear juntos então? - ela pensa um pouco, e acaba aceitando.
_O que está tocando aí? Me dá um fone... - e caminham lado a lado, ouvindo Jóga*.
"...State of emergency : how beautiful to be
State of emergency : is where i want to be..."
State of emergency : is where i want to be..."
Entram em um parque e desaparecem nas trilhas.
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* Jóga : Música do álbum Homogenic (1997), da cantora islandesa Björk.
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