"If you see me walking down the street
and I start to cry each time we meet
Walk on by... walk on by..."
[Diana Krall]
A primeira vez que ouví Diana Krall, eu já nem lembro mais. Certamente foi ao gosto de uma pizza ou comida típica, em algum restaurante da cidade, quando você direciona os seus olhos às telas que exibem um show de músicas leves e um piano no centro do palco. Pouco tempo depois soube de suas músicas como trilhas sonoras de novelas, e só ouvia em casos raros, pois admito que ainda não tinha uma paixão tão pulsante pelo Jazz, na época em que eu só queria ouvir Rock n' Roll.
Bem, estou feliz em admitir que esse tempo passou. O meu respeito pelo rock continua o mesmo, mas o afago à minha necessidade de completo relaxamento mental e físico só se dá quando escuto um bom Jazz. É quando me sinto leve, uma verdadeira pluma, sem precisar de gritos ou pulos para o desabafo. Acho que o meu apego ao blues e ao Jazz se deve muito à vontade de ser discreta, clássica e sensível. Não sei dizer se sou assim, talvez (pelo menos de vez em quando). Quando a loucura e a vontade de sair por aí gritando "oiiiii" não me pega. kkkkkkk!
Como dizia uma amiga de ensino médio, "tenho fases como a lua" (By Cecília Meirelles). E hoje, na melhor das minhas fases, a voz e as canções executadas por Diana Krall estão presentes como: a lista do entardecer; ou as músicas da noite de estrelas que piscam para a minha taça de vinho. Chique? Não... isto é retrato de uma das minhas poucas noites alcóolicas, de muita paixão entre a música e eu. Só a doce melodia e eu. A estas ocasiões você pode adicionar Michael Bublé, Luis Miguel, Frank Sinatra e uma porção de outras coisas mágicas. Mas por enquanto, vamos falar da Diva.
Diana Jean Krall é canadense, e começou a tocar aos 4 anos. Ao que parece, sua influência sempre foi ligada ao Jazz, começando a estudar música bem cedo. Aos 15 anos já se apresentava nos bares com sua Jazz Band, e tempos depois ganhou uma bolsa, e mudou-se para cursar o que tanto desejava. Diana é casada com Elvis Costello, outro ferinha musical, mas de outro estilo (rock, new wave, punk), mãe de gêmeos, e considerada uma das melhores cantoras de Jazz do mundo.
De 1989 até agora, foram 13 discos lançados (fora os EPs e BSides). Diana compõe, mas sempre traz uma regravação em seus discos. O último, por exemplo, intitulado "Quiet Nights" faz referência à obra de Tom Jobim (numa versão inglesa da música "Corcovado"), apenas uma das composições brasileiras presentes no álbum. Em "Quiet Nights", Diana também traz uma versão completamente blues de "How can you mend a broken heart" dos irmãos Gibb (do grupo Bee Gees).
Faixa que também merece destaque é "Walk On By" que eu conhecia numa versão pop de Cindy Lauper, embora seja bem mais antiga. Esta canção é de 1963, foi musicada por uma ativista e cantora de Soul, chamada Dionne Warwick, e composta por Burt Bacharach (que já foi pianista de Elvis Costello e também assina a composição de um dos maiores sucessos de Diana Krall: "The Look Of Love"). "Walk On By" é a minha canção predileta do último álbum.
Em umas de suas apresentações pelo Brasil (num parque de SP), Diana declarou seu amor pela música popular brasileira, especialmente à Bossa Nova. E de lá pra cá tem arriscado umas canções em bom português. No último lançado, regravou "Esse seu olhar" (Jobim), com uma dicção no mínimo encantadora. De presente à nossa terrinha, além das homenagens do álbum, Diana está lançando o "DVD Live in Rio", e parte dele é o vídeo abaixo.
Bem, aqueles álbuns que considero os melhores, seguem abaixo. Dê um clique na imagem e boa audição!
...só não esqueça do aperitivo. =D
1 - "When I Look In Your Eyes" - De 1999, tem as minhas duas prediletas em termos de Jazz: "I've got you under my skin" (que você já deve ter escutado na voz de Frank Sinatra) e "I can't give you anything but love" muito conhecida na voz de Ella Fitzgerald imitando Louis Armstrong.
2 - "The Look Of Love" - De 2001, além da canção que dá nome ao disco, você também terá o prazer de ouvir "Cry me a river".
3 - "Quiet Nights" - 2009, Repleto de bossa nova e daquele blues gostoso de ouvir!
Tânia, que texto, hein? Parabéns pelas postagens de excelente qualidade!